domingo, 11 de setembro de 2011

Anos atrás

Dois tempos e eu já estou vivendo um outro tempo, uma outra época.
Não sei exatamente quais escolhas me fizeram chegar até aqui. Afinal, qual foi o resultado dessa soma louca de acontecimentos que me fizeram ser o que sou hoje?
O mais engraçado de tudo é olhar para trás e ver como a vida da gente obedece a lei das novelas, cada um com seu - não necessariamente - final feliz. É amigo que se casa, outro que vai embora e outro que vai estudar fora.
No fim, a gente entende que tudo está sendo manipulado pela vida. E que o controle de tudo não cabe somente às escolhas, mas também ao destino ou algo que o homem ainda não conseguiu entender, desmistificar, estudar, saber.

Hoje eu me resumo à danada da saudade...

domingo, 22 de maio de 2011

Porta.



Feche a porta e conte-me suas verdades.
Duas, uma, meia hora e eu te ouço.
Cinco, seis, sete da noite e nós aqui, desvendando-se um para o outro.

Foi assim que minha vida tentou imitar sua vida.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Desamores.

 

tumblr_l49s1zFq101qctin3o1_500Eu só queria que você não me dissesse mais isso, só queria que aceitasse minhas condições e deixasse o destino trabalhar nessa história, doida história.
Sabe, amor… nós somos aquilo que escolhemos, temos esse direito.
Existe o medo, a decepção e o erro, mas o amor - aquele que mexe com as ideias e sistemas de um coitado corpo humano - não deixa que coisas assim atrapalhem nossa capacidade e vontade de voar.
Aposte forte.
Aposte em mim que eu aposto em você.
Só não desafine querendo me contar da vida alheia, deixe isso para os desamados, os desamores.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Faz parte do meu show.


E fico nessa de ir e não ir. Mas se eu for, o que vai ser?

Em frente ao mar, aprecio as ondas e, acima de tudo, sinto.
Sinto o relevo da areia na superfície dos meus pés, sinto a brisa me cobrindo, afogando todo o meu corpo nesse mar de muita poluição sonora e visual.
Daí eu caio em mim, caio no mundo.
Vejo que estou aqui pra cumprir um dever, qual dever?

... ah! mas novamente sou tomado pela atmosfera do sentir e deixo todas essas questões de decidir qual rumo tenho que ir pra uma outra hora. O (outro) dever me espera.
Sento-me ali, naquele banco 0800 em que qualquer alma pode descansar e me perco na paisagem, na fotografia da imagem. Aí eu pego uma água de côco e jogo em mim.
Não importo com o outro lado da rua, não importo com a moça séria que me julga com o olhar. Minha loucura, pra mim, é mais do que permitida.
Eu me perco nesse misto de sentir e ver, confundo o que é realidade com o que é ilusão. Depois eu paro.
Cautela.
Volto em mim e vejo que já fiz minha cena diária, meu drama e show pessoal. E termino assim, sem surpresa, sem vergonha nenhuma de ser o que eu sou.

Coragem, vou à luta!

domingo, 7 de março de 2010

Definindo.

Entre rabiscos, lembranças de sonhos e vontades de ser isso e/ou aquilo, lembro da página 70 d'um livro de Tramontina entitulado "Entevista".
Enfio na bolsa da vida, na mochila de definições e adapto a passagem especialmente pra mim. Reconstruo períodos, mexo em vírgulas, crio um neossentido. E fica assim:

“Identifico em mim um suicida. De repente eu quero assassinar esse eu dentro de mim e ser outra coisa, com outra profissão. É uma insatisfação permanente, eu estou sempre fervendo. Se eu sentir que em mim se esgota a disposição de cumprir o meu trabalho com vontade, garra, como se fosse meu primeiro dia, eu me suicido profissionalmente e renasço em outro lugar. E quando isso acontecer não será nenhuma surpresa, é só olhar o que eu fiz no passado. Não é uma loucura, isso é maturado”.

E eu já cometi suicídio várias vezes. E isso é bom... ajuda a viver.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um elogio a você, leitor.

Ontem eu descobri que todas as pessoas têm coração, todas têm sentimentos. Algumas guardam ali, escondido... outras insistem em pôr como carro-chefe.

A embalagem, aquela costumeira e conceituosa, julga, rotula, destrói, desestrutura, corrói. Mas depois que conheço você, depois que vejo que as coisas superam você e suas rotulações, tudo fica muito mais bacana. Aí você me surpreende e me faz ver que aquela velha embalagem, aquele rótulo de validade vencida que eu insistia em imprimir em você, hoje, talvez, caiba em mim, sirva para mim. Sirva para minha facilidade em rotular.

É muita bondade em você, é muita beleza só em você. Você é ímpar, ser ímpar.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Subjetividade.

Eu nunca mais quis saber de sentir.  Faz um tempo que não paro para transpor tudo que me vem à tona pro papel. Talvez o papel perdeu a graça, talvez eu estou sem graça.
Tá tudo muito cinza, azul e preto. E tá sendo assim...
Olho pra frente e não vejo você, sentimento.
Olho pra trás e só vejo você, distância.
É preciso mudar, limpar a cara, sorrir e gritar na frente do espelho que eu posso sim. Posso mudar a cor do dia, a cor da árdua tarefa, a cor do pessimismo.

Sabe... hoje eu quero ser verde.
Quero sair pintando todo "não" que me for dado em um sonoro "sim" verde. Um sim, um verde, um passo à frente. Quando a gente tá assim, confuso, fica difícil de expressar, de escrever.
Falta organização.

coracao_outline

Falta festa no coração.

 

sábado, 17 de outubro de 2009

Breve resumo sobre: Maria.

Maria .
Ela é assim, simples como o nome. 
O que me chamou atenção em Maria não foi seu cabelo curto ou seu modo peculiar de se apresentar no palco, mas foi sim o seu timbre! Timbre marcante, voz lisa, poucos melismas. Faz lembrar Maria Rita, Marisa e Cássia, extremos da música popular brasileira. Há aqueles que não concordam com tais comparações, mas Maria também é isso: é dúvida, é inconceituável!
Costumo dizer que os verdadeiros músicos são aqueles que criam músicas, dão novos sentidos através de arranjos e voz! E ela provou em seu primeiro cd que também sabe criar, que é musicista sim. Quem escutou "Baba" na voz de Gadú sabe na prática o que estou dizendo; a versão na voz cujo timbre é, sem dúvidas, excepcional mostrou aos quatro cantos do mundo que música pode ter novos sentidos a partir de reconstruções.
Em entrevista, a cantora já confessou que não ralou muito pra chegar ao patamar que está. Depois de uma participação breve na minissérie Maysa, acabou sendo convidada para gravar cd em stúdio e pronto. Tudo muito simples.
O cd de Gadú te convida a uma ida ao Lounge; faz lembrar de Dona Cila, sua vó; brinca com as cores quentes como, por exemplo, Laranja e Vermelho; e relembra momentos de quando o sol beija o mar... Maria, de fato, está na moda. Maria é massa!

mariagadu

(clique sobre a foto e/ou no primeiro nome “Maria” e conheça mais sobre a cantora!)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

2009 é dele.

Divã na tela grande do cinema, antes do início, e vejo aqueles trailers que dão vontade de assistir tudo no mesmo dia, de uma só vez. O filme da vez, da vontade, foi Mulher Invisível e disse pra mim mesmo "quero ver esse cara atuando" - referindo-me ao Selton Mello.
Filme da questão em cartaz e fui. Sozinho.
Eu e mais sete na sala do cinema, na entrada aquela sensação de abandono em plena tarde de quinta-feira num shopping pouco movimentado, mas enfim, eu fui.
Durante todo o filme fiquei estagnado! Perplexo. Perplexo com o talento do protagonista masculino da trama, claro, porque convenhamos que Luana Piovanni não é detentora de muito talento. Ela é bonita-atriz, já o Selton é Ator. Com "A" assim mesmo, maiorzinho.
Selton-01Se observarmos com atenção as expressões que Selton expõe, notamos uma certa igualdade entre elas, repetidas, mas ao mesmo tempo tão singulares e colocadas em momentos oportunos e de maneira racional meio improvisada. Isso que me fascinou em Mello, sua criatividade enquanto atua, sua ecleticidade em tramas cinematográficas diferentes, porém com as mesmas expressões.
Mulher Invisível não é um filme com uma estória espetacular e não te faz rir o tempo todo. Foram poucas as cenas que me fizeram rir, mais pro finalzinho, uma ou duas se não me engano. Mas garanto que o filme envolve, talvez pela presença do Selton, talvez pela estória ter caráter envolvente mesmo. Ou talvez os dois.
Além de Mulher Invisível, Jean Charles e A erva do rato são duas outras obras cinematógrafias recentes que Selton está presente. 2009 é o ano deste ator.

Jean Charles conta a trajetória de um imigrante brasileiro que foi confundido com um terrorista e acaba sendo morto pela polícia britânica no ano de 2005, um drama! jean-charles1
Já a A Erva do Rato, é baseado em dois contos machadianos e tem caráter mais "elite intelectual". erva-do-rato-poster011

Uma comédia, um drama e um hermético. Três distintos tipos de filme, um mesmo ator e as mesmas expressões, porém com originalidade marcante.

Em entrevista à Revista Bravo!, Selton revela como se doa às personagens que interpreta, segundo ele, cuidou mais das personagens do que dele mesmo, por isso ele considera 2008 um ano assustador, com uma carga emocional muito forte:

Selton-02"(...) Acontece que a tempestade emocional de 2008 realmente me assustou. Nunca vou esquecê-la. Percebi, em Londres, um troço fundamental: nos últimos anos, cuidei mais dos meus personagens que de mim. Pretendo agora inverter a equação. Se cuidar mais de mim, aposto que meus personagens também sairão ganhando(...)".

Sem dúvidas toda essa dedicação resultou em bons trabalhos e não é por acaso que Selton vem se destacando no cenário brasileiro cinematográfico. Ele mesmo diz que desde 2000 vem dando preferência ao cinema do que trabalhos televisivos, ao contário de seu irmão, Danton Mello, que sempre preferiu estar ali, na tevê.
Além de atuar em cinemas, Selton também arriscou em outras áreas, um multiuso. Tecer o currículo do cara não é a minha intenção, mas ainda arrisco citar Feliz Natal, o qual o ator-autor-criador se aventurou na direção e como roteirista, e outras várias direções tanto em clips musicais quanto documentários que não me convém falar.
Selton-03Selton é um destaque atual que merece ser aplaudido de pé, um profissional que mergulhou em sua profissão e ainda se fez no ramo artístico um profissional "pau pra toda obra". Essa capacidade de poder criar e atuar em áreas distintas é o que garante sua credibilidade e o que responde a pergunta do porquê de tanto sucesso, do porquê de tanta notoriedade.

 

Selton Mello agora é Selton e Mello, dois em um: o cara.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Duelo de reis.

MichaelNão cresci ouvindo Michael Jackson e muito menos tentando imitar seus passos, mas é notável quão grandioso artista ele era. Suas coreografias, suas músicas, seu canto, sua história. Tudo muito particular. Michael era "O" cara, e vejamos e convenhamos que depois de sua morte, ele passa a ser "O" cara ao quadrado (talvez ao cubo - tenho minhas dúvidas).
Michael era escravo da fama, viveu sua restrita vida apática à liberdade, doou-se ao mundo em todos os sentidos imagináveis e morreu pra nascer com uma força maior e, definitivamente, para sempre. Depois do óbito, Michael eternizou-se PARA SEMPRE, esse era o seu destino. Ele fez por merecer.
Curioso que enquanto todo o mundo assistia à cerimônia do adeus ao rei do pop, e eu me incluo em "todo o mundo", a minha mente não parava de questionar: Michael, por que você morreu? Por que tão cedo, aos cinquenta anos? Hoje em dia, cinquenta anos é cedo, a expectativa de vida do mundo moderno e globalizado permite viver mais que isso. Ei, volte aqui. Você foi cedo. Cedo até pra mim que mal te ouvi.
Lamentável. O mundo sofreu!
Cerimônia se encerrando, "We are the world" sendo interpretada por nomes da música soul que eu aplaudo de pé e uma ideia me ocorreu à cabeça: Michael se foi aos cinquenta... e cá do Brasil - aquele nosso rei - comemora cinquenta anos de carreira. 50.
Resolvi comparar.
Mesma época e... Morte e vida. 50 e 50. Tristeza e felicidade. Rei e rei.
RC
Roberto Carlos veio dos tempos da brilhantina, lançou moda, música de carro, já foi recorde de vendas e hoje comemora 50 anos de carreira. Um rei brasileiro.
Roberto nasceu em abril de 1941 e 7 anos mais tarde já dava o primeiro passo em direção à música. Começou a aprender piano em um conservatório em 1948 e no ano seguinte já se apresentava no rádio cantando boleros e músicas de Bob Nelson. Foi delírio de mocinhas e exemplos dos rapazes, atravessou épocas e temporadas e chamou atenção de muita gente pelo seu jeito ímpar de cantar. Aquele jeitinho único em que o pedestal de lado, roupas azuis, voz doce e lisa tornaram-se características próprias. Carlos conquistou corações de mulheres por todo o Brasil, casou, viuvou e continua aí, pra quem quiser ouvir. São tantas emoções, hehe.
De fato, comparações a parte, Michael e Roberto nos trouxeram muitas emoções nesses 50 anos, seja de vida ou carreira. Temos que agradecê-los pela a arte de cada um.
De certo, dois presentes ao mundo.
Agora, uma dúvida: Quem eu ouço? As músicas de Michael e relembrar aquilo que não vivi, ou as músicas do Carlos pra comemorar essa festividade junto com ele? Sinceramente ainda não sei.

 

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