(Biip)
Acordei, abri os olhos, dormi de novo, acordei.
Com a cara gritando para as paredes que seu dono acabara de acordar, fui no quintal, senti um vento "liso" passar sobre minhas pernas e pensei, pensei… e decidi que sou anormal, a-normal.
Dia desses viajei pra um lugar desconhecido, longe e pela primeira vez! O caminho foi sem acidentes, ar-condicionado a mil, Rio 40º. E então por impulso pensei que sou normal.
E eis que todo um misto de questionamentos de ser ou não ser normal invade o espaço das minhas ideias.
Ser, aliás, ter confusão na cabeça é normal?
É.
E esse é um exemplo clássico do costume de pensar que coisas anormais são normais, normais são a-normais.
Essa transição de normalidades e anormalidades, todo esse mundo de repetições dos sentimentos me motiva a criticar os fatos em seus mais variados ângulos. Posso ver a queda de uma pedra de um jeito e cinco segundos depois eu posso vê-la de outra maneira. Tudo questão de tempo, jeito e raciocínio.
Outra vez, comecei a pensar na 'normalidade' de um cotidiano de um casal através da música do mestre Jay Vaquer. Convenhamos que não é nada normal o moço, ''bom'' esposo e ainda rico trair a mulher-sem-cultura que lê Paulo Coelho por uma aventura no treco de um traveco. Não é nada normal todo esse movimento trabalhista assalariado o qual as pessoas se doam em troca de moeda.
Mas tanto acontece que se torna normal. E o que é anormal? Anormal... a-normal?
O prefixo que exprime anormalidade na palavra em si está perdendo seu efeito e seu conceito. Isso não é de hoje, fato. Todo esse histórico vem desde ontem quando, na revolução cultural, industrial e não sei o lá o quê, o sr. capitalismo resolveu dar as caras e fazer com que toda a sua ideologia fosse o padrão das sociedades futuristas. Dito e certo!
Normal, tá tudo normal.
Jay Vaquer – Cotidiano de um casal feliz: clip que faz pensar sobre a (a)normalidade em questão.